::sorrow's native daughter::

:: terça-feira, outubro 08, 2002 ::

Eu não sei nem por onde começar, nem quero começar, quero por um ponto final nesse blog, e quem sabe nessas dores também. E por ser o fim desse diary que nem ao menos teve um começo decente, resolvi colocar o endereço no ICQ para que todos vejam a merda toda que aconteceu, as besteiras que eu pensei e até alguns sonhos que nunca se tornaram realidade.
Escrever aqui só faz a merda da minha vida parecer pior ainda, por isso, cansei.
É bom saber o quanto certas pessoas valorizam a sua amizade, carinho, whatever, mas saber que têm pessoas que estao aqui apenas pela curiosidade e não pela preocupação me assusta.
Um blog completamente público, explícito. É quando chega o fim. As nossas vidas ficam completamente expostas a qualquer pessoa que entra no cemitério e vê your grave. E a nossa vida é a nossa própria morte. Existe algo além da vida/morte? Esse blog pode ser exterminado, mas eu vou continuar a ter a minha vida, ou semi-life (na qual não posso ter nor do what i want).
Falam que basta apenas um side da nossa vida estar bem que a gente fica feliz, mas no momento não consigo encontrar uma single thing que esteja certa.
Textos half-written, contos mal feitos em madrugadas mal dormidas, letras que tentam desvendar o insaciável desejo de saber mais sobre o seu ser. Músicas geniais, músicas fofas, músicas plagiadas. Um pedaço de você. Tudo lhe consome até chegar um ponto em que o seu vazio torna-se pesado demais e seu corpo despenca, a procura de um chão, inexistente. Eu preciso de um apoio. Eu preciso do chão. Na verdade eu preciso de uma cama, porque se você cair na cama é gostoso, é macio... no chão você pode acabar se machucando (what would constantly happen). O pior de tudo é você continuar caindo e não se deparar com um chão nunca. Eu preciso, cair numa cama, ou então ser clichê: colocar os pés no chão (abrir mão de alguns sonhos e desejos -blé-).

Eu sonho com essa cama dia e noite, penso em como cair nela e me deitar pra sempre. Dormir nela e nunca mais acordar desse sonhozinho gostoso. Mas pra variar, não passa de um sonho, de uma ilusão...

Cair numa cama é nostálgico. Me faz lembrar das vezes que meus pais saíam de casa e eu ia correndo pra cama de casal e começa a pular, e tentava ir mais alto do que podia, e sempre acabava caindo, tropeçando na colcha da cama (que por sinal já estava completamente bagunçada). E era muito boa aquela sensação de ir pra cima e pra baixo, o cabelo ficava voando, e toda vez que eu caia na cama eu dava muita risada. Era divertido.

"Já é tão tarde e não me resta nada a fazer, a não ser soprar bolhinhas de sabão e esperar que elas levem embora todos os meus problemas."
"a vida é apenas um conto de um autor idiota e desconhecido, que não pode ser terminado, porque a morte vem cedo demais."
E esse blog não vai nos acompanhar pro resto da vida, simplesmente porque a autora se cansou...

Tenho vontade de dizer tanta coisa, mas ao mesmo tempo chega o medo. Palavras não ditas, eu tremendo. Porque eu tremo e gaguejo toda vez que te vejo, e por mais brega e idiota que isso possa parecer, é real.
Têm pessoas que não sabem o quanto são precious pra mim. Bom, 'cês são.
Isso não significa que eu vou parar de escrever aqui pra sempre. Eu só preciso de um tempo pra pensar melhor sobre a minha vida, e o bloguiê só faz me pensar na merda que ela é, e nao numa solução. Duvido que se algo ruim ou bom me acontecer daqui uns dias eu não vá postar aqui, o fim simboliza apenas o meu desgaste físico e psicológico.

E tudo que me resta agora é ver o Alain Touraine na Cultura.
E como diziam os desenhos da warner e depois, o tio gustavo da aula de tcp/ip: That's all folks!!! (que péssima frase para o término de um bloguiê).

:: ariane 10/08/2002 02:20:00 AM [+] ::
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